domingo, 31 de janeiro de 2010

Sem ar

Esta noite acordei de madrugada sem conseguir respirar.
Rapidamente me diriji à janela, subi ao telhado e pus-me a observar o céu. Olhei as estrelas. Como brilhavam... Veio-me à cabeça todas aquelas vozes que sempre me disseram que não eras bom o suficiente para mim, que nunca iria dar resultado, que me iria magoar.
Continuava sem ar e quanto mais pensava naquilo mais sofucada parecia estar.
Olhei a lua e nesse momento entraste no meu pensamento.
Falamos até tarde por telepatia, falamos sobre as estrelas, sobre coisas que outrora nunca haviamos falado.
Começei a sentir-me muito melhor até que me disseste para voltar para a cama e descansar.
Sem questionar, voltei ao meu quarto, deitei-me na cama e adormeci.
Na manha seguinte acordei e senti o teu perfume na minha almofada, fui a correr para a cozinha para tomar o pequeno-almoço e aí voltei a ouvir a conversa de sempre: " Já te passou a maluqueira?", " Eu bem te disse que isso iria passar com o tempo, foi apenas uma paixoneta e nada demais", " Ainda são crianças".
Não quis ouvir mais. Fui me embora o mais rápido que pude.
Eu não quero saber o que eles dizem porque eu estou mesmo apaixonada por ti e eles estão a tentar afastar-me de ti, mas eles não sabem a verdade.
Não me sai aquela conversa da cabeça, por isso voltei atrás e disse-lhes: " Como é que é suposto eu respirar sem ar? Aquilo não é uma paixoneta, aquilo é a estrada na qual eu caminho, o céu no qual eu voo sem limites, o mar que eu nado sem ter medo de naufragar. E sabem porquê? Porque aquilo faz-me sentir segura, faz-me demasiado bem. Não me digam que nunca irá dar resultado pois eu é que irei cair se ele me magoar. Até podemos ser crianças, mas somos felizes um ao lado do outro e se um dia tudo acabar, só quero ter o vosso apoio, só quero que me digam uma razão para eu continuar.
Diriji-me ao telhado e ouvi de longe: " Deixa a rapariga, ela irá aprender com os disparates que faz." Não liguei.
Já no telhado recebi uma chamada tua. Disse-te "Olá,...está tudo bem?", e tu respondeste-me "Sim, apenas queria ouvir a tua voz" e desligaste.
Encheste-me de sol, senti-me realmente viva.
Ainda achas que eu sem ti sou alguém?

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